Irradiação de Alimentos



Desde os primeiros tempos, as pessoas procuram cuidar melhor de seus alimentos utilizando variados métodos de preservação, de modo a controlar a sua deterioração, a transmissão de doenças e a infestação de insetos.Através dos séculos, as técnicas de preservação de alimentos foram se desenvolvendo com o aumento do conhecimento científico. Os métodos atuais incluem o congelamento, a secagem, o enlatamento, a preparação de conservas, a pasteurização, a fermentação, o resfriamento, o armazenamento em atmosfera controlada, a fumigação química e a aplicação de aditivos preservantes.Hoje em dia a irradiação promete melhorar nossa habilidade de conservar os alimentos e, ao mesmo tempo, reduzir a incidência de algumas doenças próprias dos mesmos.

As radiações nucleares são emitidas principalmente nas formas de partículas alfa, partículas beta ou radiação gama. A radiação gama é gerada por um núcleo atômico, quando emite partículas alfa ou beta. Essa liberação é uma forma encontrada pelo núcleo para se "estabilizar", devido ainda restar energia em excesso no núcleo atômico com a emissão de partículas nucleares.

Na irradiação de alimentos utiliza-se principalmente como fonte de radiação gama o isótopo Cobalto-60, obtido pelo bombeamento com nêutrons do metal Cobalto-59 em um reator nuclear. Outros tipos de radiações também podem ser aplicados como os raios X e elétrons acelerados, contudo, o Cobalto-60 é o mais utilizado comercialmente em todo mundo por sua disponibilidade, custo, apresentar-se na forma metálica e ser insolúvel em água, proporcionando com isso maior segurança ambiental.

O Cobalto-60 possui meia-vida de 5,3 anos. A radiação gama, proveniente da fonte de cobalto-60, é um tipo de onda e faz parte do espectro eletromagnético.Esta onda é de alta frequência e curto comprimento. Motivo pelo qual tem alto poder de penetração. Os raios gama têm capacidade de atravessar blocos de chumbo de pequena espessura.

A quantificação das doses de radiação se faz em função da energia absorvida pelo produto irradiado. A unidade de medida utilizada é o Gray (Gy) ou quilogray (kGy) e um Gray equivale a um Joule de energia por quilograma de alimento irradiado. Para aplicação em alimentos a maioria das doses utilizadas se encontram entre 0,1 e 7,0 kGy.

O objetivo da irradiação aplicada a alimentos é o aumento de sua vida útil. Este processo de conservação pode ser aplicado em vários tipos de alimentos. Além de aumentar o tempo de conservação, o tratamento pode ser utilizado para a destruição de insetos, bactérias patogênicas, fungos e leveduras. O retardo de maturação e senescência (envelhecimento) de frutas e a inibição de brotamento de bulbos e tubérculos também podem ser citados como influências benéficas na conservação desses alimentos.

O processo de irradiação pode impedir a divisão de células vivas, tais como bactérias, e de células de organismos superiores, ao alterar suas estruturas moleculares, além de retardar a maturação de algumas frutas e legumes, ao produzir reações bioquímicas nos processos fisiológicos dos tecidos vegetais.

O uso da irradiação como tratamento para preservação de alimentos foi aprovado pela Organização da Agricultura e Alimentos - FAO (1999), para doses acima de 10 kGy por não oferecer efeitos negativos sob o ponto de vista nutricional e toxicológico nos alimentos.

Em reunião realizada no dia 26 de janeiro de 2001 e aprovada pela Diretoria Colegiada da Agência Nacional da Vigilância Sanitária - ANVISA, foi aprovada a Resolução (RDC) n. 21 que diz que qualquer alimento poderá ser tratado por radiação desde que a dose máxima absorvida seja inferior àquela que comprometeria as propriedades funcionais e ou os atributos sensoriais do alimento. Nela contém o Regulamento Técnico para Irradiação de alimentos no Brasil, onde foi considerada a necessidade de aperfeiçoamento das ações de controle, bem como a de atualizar, harmonizar e consolidar as normas e regulamentos técnicos relacionados a todos os alimentos tratados por irradiação.

A legislação vigente exige que a indústria ao utilizar irradiação em alimentos deve assegurar que o cliente final saiba que este foi tratrado com este processo, deixando isso claro na embalagem. A embalagem deve conter a informação: "Alimento Tratado por Processo de Irradiação". No caso de alimentos vendidos a granel, deve-se colocar uma faixa com a indicação citada, pode-se também utilizar o símbolo ao lado, que indica que o alimento foi tratado por irradiação.

Experiências com teste de mercado e venda comercial de alimento irradiado provaram que consumidores informados não são contra o alimento irradiado mas preferem que este seja rotulado como tal o rótulo proporciona aos consumidores a oportunidade de escolha.

Ecolocalização!

O som é essencial para os mamíferos marinhos em vários aspectos, sendo ele necessário até mesmo no momento da alimentação. Ao emitir o som na água ele volta para eles assim que encontra com um objeto, um comportamento característico de uma onda. Esse processo é chamado ecolocalização. A ecolocalização é importante para os mamíferos pois permite sua navegação no escuro e em grandes profundezas com águas turvas. Esse processo é realizado através de cliques, algo similares com as habilidades dos morcegos. Até o presente essa habilidade só tem sido vista em baleias dentadas, as sem dente e os golfinhos.

A ecolocalização usada na alimentação é diferente da usada para comunicação. Os da comunicação geram informação sobre a área ativa dos outros animais, a ecolocalização informa características do ambiente. As baleias dentadas o fazem enviando cliques de alta freqüência no ambiente. Esses cliques então encontram objetos distantes, e os ecos que voltam são recebidos pelo animal que o enviou. Com esse eco o animal consegue determinar a distância do objeto, baseado no tempo que demora a ressonância do som. Quanto mais longe o objeto, mais tempo demora ao eco voltar. Clique na imagem abaixo para a representação animada desse fenômeno.



Assim que o animal ecolocalizador chega mais perto da presa, a freqüência com que produz os cliques fica cada vez mais rápido. Essa série de cliques até a captura da presa é chamado de “trem de cliques”. A medida que o intervalo desses cliques fica menor, ele começa a soar como um chiado.

O som que retorna tem um som diferente do que o originalmente enviado. Essa diferença de som, fornece ao animal informação sobre o tamanho, forma, orientação, direção, velocidade, e até mesmo sobre a composição do objeto! Golfinhos tem a grande habilidade de detectar objetos, do tamanho de uma bola de golf, a uma distância de 100m.

Baleias dentadas e não dentadas produzem outros tipos de som para aumentar sua chance de sucesso. As baleias Jubarte desenvolveram uma técnica chamada “rede de bolhas”. Essa rede de bolhas envolve desde uma a várias baleias soprando ar pelo seu buraco respiratório enquanto estão dentro d’água. Isso produz um som, enquanto a as bolhas foram algo como uma cortina que vai subindo para a superfície.

Essas bolhas prendem a presa entre a superfície e a boca da baleia. Isso auxilia enormemente a alimentação da Jubarte para que ela consiga o alimento necessário. Tudo isso culmina com a alimentação em sucesso das Jubarte:



Golfinhos nariz de garrafa, além da ecolocalização, usam uma técnica que consiste em levantar a nadadeira caudal da água e em seguida abaixá-la com força na superfície da água. Isso causa um alto ruído e cria uma trilha de bolhas dentro de água. Tal método deixa os peixes desnorteados e os remove de seus esconderijos, deixando mais fácil para os golfinhos os encontrarem.



A seguir um espectograma dessa técnica, o kerplunk, junto a ecolocalização seguido pelo som do mesmo: